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Em 1977, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) realizou seu primeiro transplante renal. Hoje, comemorando 40 anos do Programa, o Clínicas já contabiliza mais de 2 mil procedimentos na área, além daqueles que envolvem outros órgãos. Para marcar a data, no último dia 10 foi realizado o Simpósio de Transplantes do HCPA, que reuniu especialistas do hospital e de outras instituições do país. “Aprendemos muito com os transplantes renais e hoje conseguimos excelentes resultados transplantando também outros órgãos. Estamos 100% comprometidos com isso”, afirmou a presidente do HCPA, professora Nadine Clausell.

Segundo o chefe do Serviço de Transplantes do hospital, professor Roberto Manfro, desde que o programa foi criado, o número de transplantes aumentou a cada ano. Atualmente, são mais de 1,3 mil pacientes em acompanhamento na instituição.

No caso dos transplantes cardíacos e pulmonares, o Brasil ainda tem muito a melhorar, de acordo com Paulo Pego Fernandes, do Instituto do Coração da Universidade de São Paulo. “Há uma demanda reprimida muito grande, especialmente quando falamos em pulmão. Se analisamos a necessidade estimada, vemos que somente 6% dos transplantes são realizados”, mostrou Fernandes.

Além de tentar suprir a demanda, outro desafio que as equipes transplantadoras enfrentam são as doenças infecciosas. Segundo Edson Abdala, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, ao longo das décadas, diferentes micro-organismos foram responsáveis por complicações nos procedimentos. Alguns, como as bactérias multirresistentes, são recorrentes em todos os períodos, mas outros, como os vírus da Zika e Chikungunya, trazem novos desafios. “As infecções impactam na sobrevida do enxerto e do paciente, por seus efeitos diretos e indiretos. A avaliação do risco de doador e receptor permite direcionamento de ações preventivas, incluindo profilaxia e terapia preemptiva.”

Quando se fala em transplantes, não apenas os pacientes são beneficiados, mas toda a sociedade. Esses benefícios são intangíveis, sociais, econômicos e médicos, segundo José Osmar Medina Pestana, do Hospital do Rim da Universidade Federal de São Paulo. “Além das questões de solidariedade e altruísmo, há também a reintegração da vida normal e da pessoa produtiva na sociedade e a transferência de conhecimento médico para outras áreas”, disse.

Ao final do evento, foram homenageados o chefe do Serviço de Imunologia do HCPA, professor Luiz Fernando Job Jobim e a médica do Serviço de Urologia Nancy Tamara Denicol, pelo compromisso com a saúde, dedicação, profissionalismo, ética e competência ao longo dos 40 anos do Programa de Transplante Renal do HCPA.

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