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A síndrome do túnel do carpo gera sensação de dor e formigamento nas mãos, podendo levar até a perda da função dos membros. A fila de espera por cirurgias corretivas chega a até três anos para pacientes do SUS. Uma pesquisa pioneira no Brasil, em andamento no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, mostra que é possível realizar os procedimentos em ambientes ambulatoriais mantendo qualidade, segurança e mais agilidade, além da vantagem de ter um custo aproximadamente quatro vezes menor.

O espaço e o tempo no Bloco Cirúrgico são valiosos. Envolvem grandes equipes e precisam ser divididos entre diversas especialidades para realização dos procedimentos mais simples até os mais complexos, como transplantes por exemplo. Inspirado pelo trabalho de um canadense, o médico do Serviço de Ortopedia e Traumatologia Celso Folberg lidera um estudo com práticas que permitem fazer o procedimento cirúrgico com a mesma qualidade, mas com uma complexidade muito menor. Assim é possível atender a mais pacientes em menor tempo, contribuindo para o uso mais eficiente e racional dos recursos públicos.

Durante a pesquisa, já foram realizados cerca de 60 procedimentos, sendo 20 no Bloco Cirúrgico e 40 no Ambulatório, a fim de comparar os resultados. “Estamos trabalhando com a esterilidade de campo ao invés de todo ambiente. Assim podemos atender no próprio Ambulatório. O paciente ganha em conforto: não precisa fazer jejum nem parar de tomar seus medicamentos de rotina. Utilizamos anestesia local e a pessoa pode ir para casa na sequência, sem ocupar o Bloco, que pode ser utilizado em outras cirurgias, o que nos trouxe até agora um resultado de 100% de satisfação dos pacientes”, explica Folberg.

Processos deste tipo são comuns em especialidades como a Dermatologia, com pequenos procedimentos realizados nos consultórios. A inovação está na aplicação na Ortopedia. Os resultados do estudo devem ser publicados em breve.