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Três estudos publicados recentemente, e outros em andamento no Laboratório de Pesquisa em Resistência aos Antimicrobianos (Labresis) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, laboratório coordenador do Instituto de Pesquisa em Resistência Antimicrobiana (Inpra), apontam que é possível identificar bactérias resistentes aos antibióticos de forma muito rápida. Enquanto os testes convencionais podem demorar até 48 horas; os novos reduzem o tempo para, no máximo, 5 horas. Chamados de colorimétricos, os novos testes envolvem uma metodologia que permite a análise de metabolismo bacteriano – produção de ácido - em uma pequena quantidade de amostra. Entre os trabalhos, destaca-se a publicação internacional no Journal of Clinical Microbiology, no segundo semestre de 2018.

Nessa pesquisa, foram avaliadas amostras de hemoculturas – exames usados para detectar a presença de bactérias ou fungos no sangue - de 314 pacientes durante seis meses. Os testes rápidos apresentaram boa percentagem de concordância positiva (80%) e, principalmente, uma absoluta concordância negativa (100%). “Isso indica que os resultados positivos podem ser informados imediatamente ao médico, não necessitando de procedimento adicional”, explica o coordenador do Labresis, Afonso Luís Barth. Os estudos já realizados avaliaram diferentes técnicas que permitem detectar bactérias resistentes através de metodologias simplificadas, observando o crescimento bacteriano na presença e ausência de antibióticos do tipo carbapenêmicos e polimixinas (antibióticos utilizados como último recurso para bactérias multirresistentes).

O problema da resistência aos antibióticos é tão significativo que a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou, em maio de 2015, um projeto global para combater a causa. O plano da OMS se baseia em cinco objetivos, sendo que um deles visa otimizar o uso de antimicrobianos na Medicina humana e na saúde animal. Para isso, é necessário o uso de técnicas efetivas, rápidas e de baixo custo na detecção de resistência para guiar o uso adequado de antibióticos no tratamento de doenças infecciosas. “A nova técnica é bastante simples, de baixo custo, rápida e apresenta resultados com muita exatidão”, avalia a primeira autora do artigo Daiana de Lima-Morales.

Artigo Rapid Detection of Carbapenemase Production Directly from Blood Culture by Colorimetric Methods: Evaluation in a Routine Microbiology Laboratory, por Daiana de Lima-Morales, Helena Ávila, Tatiana Soldi, Tanise Vendruscolo Dalmolin, Larissa Lutz, Valério Aquino, Alexandre Prehn Zavascki, Afonso Luís Barth. Journal of Clinical Microbiology, setembro de 2018.

Para o mês de maio, o critério de escolha foi: publicação/produção do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) – Inpra.